Filme sobre as comunidades e a cultura dos povos ciganos de Sousa é lançado na Conferência Estadual de Cultura da Paraíba

 


O curta-metragem Janinhar, um filme que conta um pouco da história das comunidades ciganas de Sousa, foi lançado na noite dessa sexta-feira (17), durante a Conferência Estadual de Cultura da Paraíba, no Garden Hotel, em Campina Grande. O evento contou com representantes dos povos ciganos do município sertanejo e debateu temas como a produção cultural e o orgulho em torno da identidade cigana.

O filme é produzido pela Acauã Produções e pelo Grupo Teatro Oficina e tem o apoio do Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba (Secult-PB). Lançado em meio à programação oficial da conferência estadual, teve como principal objetivo dar visibilidade à cultura cigana e combater o preconceito que ainda existe contra esses povos.

Na ocasião, o secretário de Estado da Cultura, Pedro Santos, destacou o Festival Janinhar de Cultura Indígena, que foi realizado neste ano de 2023 e será retomado no ano que vem. Para ele, o Poder Público tem papel fundamental neste trabalho de resgate e de respeito às tradições culturais da maior comunidade cigana da América Latina.

“Trata-se de uma comunidade historicamente estigmatizada. E quando realizamos um festival com a participação direta dos povos tradicionais, dentro dos territórios deles, nós estamos dando uma mensagem muito clara de que nós nos importamos, que queremos dialogar com os povos ciganos e possibilitar novas formas deles expressarem a sua cultura e a sua arte”, comentou o secretário.

Quem também estava na solenidade de lançamento do filme era o secretário executivo, Cicinho Lima, que reforçou a beleza que o festival representou no primeiro semestre deste ano. “Eu como uma pessoa ligada ao forró, tinha a maior curiosidade de conhecer mais o fazer cultural do povo cigano. E o que vimos naquele dia foi uma festa maravilhosa”, comentou.

O filme, de certa forma, dialoga com aquele festival. Mas vai além. Dá voz aos ciganos de Sousa e permite que eles falem mais sobre como é viver sendo cigano. A proteção de seus idiomas, a relação próxima com diversas manifestações artísticas, a dança, o teatro, a música.

Representante dos povos ciganos, Francisco Bozano comemorou o lançamento do filme e frisou que essa é uma oportunidade maravilhosa para publicizar mais a riqueza de suas tradições. “Somos um povo feliz, pacífico, acolhedor, e queremos ter a oportunidade de mostrar a nossa arte, os nossos costumes, mas também a nossa situação”, explicou.

De acordo com ele, há muito preconceito. E tornar a cultura cigana mais conhecida é uma forma eficaz de diminuir a violência que a comunidade sofre. “As pessoas imaginam muitas coisas, mas somos um povo de paz. E quando chegam em nossa comunidade, nós acolhemos e recebemos os visitantes com música. Espero que o filme seja replicado aqui e ali e que chegue a ainda mais pessoas”.


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